terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Paixão Segundo G H - Clarice Lispector


Obra inquietante, angustiante e intrigante de Clarice. A personagem revela uma inconsistência e uma busca por ela mesma; procura entender quem é ela e consegue um questionamento quando se depara com seu asco e temor - a barata.
O confronto sobre o medo, sobre a solidão, sobre o que é ser humano acompanham os pensamentos da personagem ao longo do livro e não há uma sequência lógica. Segue o mesmo padrão de outros tantos de Lispector, o fluxo da consciência.
De profunda ressonância existencialista, e ao mesmo tempo portadora de um permanente exercício de esvaziamento ontológico; se lida detidamente, pode ser considerada uma obra de iluminação e de radical ajuizamento crítico sobre a condição humana.
"Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo, quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."

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